Conheça Vinaa: a voz que ecoa o Maranhão e a floresta dentro de nós

Vinaa uma das melhores vozes do Maranhão 

Cantor e compositor maranhense, Vinaa é daqueles artistas que transformam memória, dor e ancestralidade em arte viva. Com uma trajetória de oito anos, três discos lançados, parcerias com nomes como Zeca Baleiro e uma turnê nacional que já passou por sete estados, o artista quer usar sua voz como instrumento de resistência, cura e reconexão com as raízes do meio-norte brasileiro.

Agora, ele dá um novo passo com “Quando os Guarás Ecoam as Vozes da Floresta”, seu quarto e mais ambicioso álbum de estúdio — um manifesto poético e político pela reconexão com a natureza e com o próprio território. O disco chegou nas plataformas no dia 10 de outubro.


Um canto pela floresta e pela memória

Concebido ao longo de dois anos e gravado entre São Luís, São Paulo e Paris, o álbum mergulha na ecologia, na ancestralidade e na imaginação como forma de resistência. Inspirado na ideia da resiliência ecológica, Vinaa constrói uma narrativa dividida em três atos — a floresta em pé, a floresta caída e a floresta renascida.

Em canções como Pássaro Tibira e Mil Noites, animais se tornam narradores, denunciando em primeira pessoa a devastação ambiental e o distanciamento humano da natureza. Mas, longe de ser um lamento, o disco também é um canto de esperança e cura, evocando o imaginário popular das avós do artista, guardiãs dos saberes das ervas e das rezas.

O álbum ainda conta com participações de Rosa Reis e Iria de Fátima, duas vozes históricas da cultura popular maranhense que abrem caminho para o voo simbólico de um guará imaginário — guia espiritual que atravessa o disco.


Entre o tambor e o sagrado: a arte como ponte

Antes deste novo trabalho, Vinaa já vinha se destacando como uma das vozes mais singulares da música brasileira contemporânea. Seus álbuns anteriores — Bordel de Amianto e a Glória dos Loucos por Sex Appeal (2017), Elementos e Hortelã na Terra dos Eucaliptos (2019) e Fé de Alimária (2021) — mostram a evolução de um artista que não tem medo de se reinventar.

Cada um desses projetos revela uma faceta diferente de sua identidade: a religiosidade e o conflito interior, o mergulho poético nas emoções humanas e, por fim, a busca pela leveza e pela reconciliação com o próprio corpo e o mundo.

Sua música mistura MPB, regionalismo, poesia e espiritualidade, criando uma estética que atravessa o popular e o experimental. As letras, sempre sensíveis e intensas, conversam com temas como memória, identidade, fé e pertencimento, mas também com o que há de mais contemporâneo — o autoconhecimento e a reconstrução de si mesmo.


Do Maranhão para o mundo

Com o passar dos anos, Vinaa se tornou uma das principais referências da nova cena maranhense, representando uma geração de artistas que unem tradição e modernidade. Ele já se apresentou em festivais importantes, dividiu palco com nomes de peso e tem sido reconhecido por sua capacidade de criar obras que são ao mesmo tempo locais e universais.

Sua relação com o território é profunda. Vinaa canta o Maranhão como quem reza, como quem chama o vento, como quem celebra a força do povo nordestino. E é justamente essa mistura de ritual, poesia e pertencimento que o diferencia.

Quando os Guarás Ecoam as Vozes da Floresta” não é só mais um álbum — é o ponto de maturidade de um artista que entende a música como ato de amor e consciência.


Vinaa, o artista que transforma o tempo em canto

Ao olhar sua trajetória, fica claro que Vinaa constrói uma discografia que conversa entre si — uma espécie de mapa espiritual da própria vida. Em cada disco, ele parece registrar uma etapa do processo de se reconhecer, se curar e, agora, reconectar-se com a natureza e com o coletivo.

Com voz suave, timbre marcante e presença poética, o artista segue firmando seu nome entre os mais autênticos e emocionantes da nova música brasileira.
E, a cada nova canção, reforça uma mensagem essencial: a arte pode ser instrumento de transformação — pessoal, social e ecológica.

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