Thiago Holanda lança o EP “Como Eu Amo Esse Lugar!” e celebra a força, as dores e a beleza do Brasil
O cantor e compositor carioca Thiago Holanda lançou nesse fim de ano seu novo EP, “Como Eu Amo Esse Lugar!”, um projeto que traduz amor, crítica, memória e identidade brasileira. Indicado ao Grammy Latino de 2021, com carreira internacional e um álbum ao vivo gravado em Dubai, o artista retorna com cinco faixas que exploram diferentes camadas da brasilidade — unindo emoção, refinamento musical e narrativas sociais que atravessam gerações.
Com quatro músicas inéditas e uma homenagem emocionante a Tom Jobim, o EP costura ritmos, vozes e influências que formam um mosaico sonoro do Brasil contemporâneo. A produção e os arranjos são assinados pelo pianista Eduardo Farias, que reúne um time de músicos consagrados da MPB, criando uma base sólida e sofisticada para o novo trabalho de Thiago.
Uma carta de amor ao Brasil — em cinco capítulos
O cantor define o EP como uma verdadeira “carta de amor ao Brasil”, onde cada faixa aborda sentimentos, reflexões e contrastes típicos do país.
“Pelo meu olhar e com a nossa musicalidade, encontrei espaço para retratar a ebulição de sentimentos que ferve nesse nosso Brasil na atualidade”, afirma Thiago.
Cada faixa funciona como um parágrafo dessa carta, alternando entre celebração, crítica e afeto.
RAÍZES — Homenagem ao Rio e à música que o formou
A primeira faixa, “Raízes”, é um tributo vibrante ao Rio de Janeiro, cidade natal do artista. Thiago retrata desde o cotidiano do subúrbio até as paisagens icônicas da zona sul, misturando samba, pop, bossa e baião em uma sonoridade luminosa.
Um dos grandes destaques da canção é o dueto com a cantora Luana Mallet, que ajuda a construir uma atmosfera de verão eterno — quente, suave e afetiva.
“Vivo onde o mundo inteiro quer passar as férias!”, brinca Thiago, sintetizando o espírito da faixa.
COMO EU AMO ESSE LUGAR! — A dignidade de quem veio da escassez
Faixa-título do EP, “Como Eu Amo Esse Lugar!” é um samba de raíz escrito pelo compositor Sidnei Cintra, que divide os vocais com Thiago. A música revisita memórias de infância marcadas pela dureza da vida em comunidade, tanto de Cintra quanto do próprio Thiago.
O cantor relembra sua adolescência entre a Favela Santo Amaro e o Morro dos Macacos, no Rio, após a morte precoce do pai — experiências que trouxeram dor, mas também força e identidade.
Sem ser piegas, a faixa trata de superação, pertencimento e respeito ao território que forma caráter. É uma homenagem direta aos milhões de brasileiros que vivem na escassez, mas seguem construindo dignidade todos os dias.
POLARIZOU — O Brasil dividido e a urgência de diálogo
A terceira faixa, “Polarizou”, mergulha na realidade conturbada do país. A música aborda a radicalização, a desinformação e o clima de conflito que tomou conta das relações sociais.
“Será que todo mundo endoidou? Vamos deixar a Deus dará?”
A participação do jovem trapper Elias Cintra, de apenas 18 anos, acrescenta frescor ao diálogo entre MPB e trap, ampliando o alcance da mensagem. A faixa provoca reflexão sobre o papel individual na reconstrução do coletivo.
ACABOU — O Brasil que brilhou, mas segue buscando novos dias
Em tom nostálgico, “Acabou” é uma balada-jazz que revisita as eras douradas do Brasil — no esporte, nas artes e nos grandes eventos que marcaram a memória nacional. Thiago dialoga com a sensação de que os tempos de glória ficaram para trás, mas reforça que o amor pelo país permanece inabalável.
Com arranjos finos e sofisticados, a composição evoca o jazz clássico dos anos 50, criando um clima atemporal e afetivo.
CORRENTEZA — Um tributo majestoso ao maestro Tom Jobim
Encerrando o EP, Thiago apresenta uma nova leitura de “Correnteza”, clássico de Tom Jobim e Luiz Bonfá, reverenciando os 31 anos da morte do maestro soberano. A versão, marcada por sua estética orquestral, traduz a metáfora da água que leva a flor — o amor, a saudade, o renascimento.
É um fechamento simbólico para um projeto guiado pelo amor incondicional ao Brasil e pela esperança de dias melhores.
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